
Havia comentado sobre o aeroporto de Chapecó? Bom, não tem nenhum atrativo, afinal, é uma plataforma pequena. Agora, minha volta foi de ônibus e a rodoviária da cidade merece um capítulo a parte. Ela é de outro mundo, literalmente.
Na data da minha partida, existia uma exposição de uma artista plástica de Chapecó que trazia esculturas de dinossauros e extraterrestres. Além de achar fabulosa a idéia de se utilizar o espaço de uma rodoviária para uma exposição artística; achei uma "viagem" as peças apresentadas. Também tinha desenhos que ela fez utilizando computação gráfica.
Lá estava eu esperando o ônibus, quando um senhor, surdo e mudo, chegou pedindo dinheiro. Dei-lhe uns trocados e logo ele se fez meu amigo. Nós conversávamos somente por gestos e o mais engraçado é que eu estava entendendo tudo. O difícil era me fazer entender. Ele também estava esperando o ônibus para Campinas (SP) e ficou indignado quando o policial achou que ele não tinha passagem.
A viagem de volta também foi coisa de outro mundo: paramos em todas as cidades possíveis que estavam no caminho. Foi uma prova de paciência! Deu para terminar de ler o pocket book do Moacyr Scliar, chamado "Dicionário do Viajante Insólito" e ainda sobrou muito tempo para tentar dormir. Aliás, foi este livro que me inspirou a começar a escrever impressões sobre as minhas viagens "on my own". Vale a pena ler também!
Viajar expande a nossa capacidade de simpatia,
redimindo-nos da reclusão e da modorra dos limites da nossa personalidade (José
E. Rodó)
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